domingo, 23 de outubro de 2011

O presidente nacional do PPS, Roberto Freire e Rubens Bueno condenam permanência do ministro do Esporte

Foto: Tuca Pinheiro
Roberto Freire e Rubens Bueno condenam permanência do ministro do Esporte
Para os deputados do PPS, Dilma passou "da faxina à incúria"

Fonte: Site do PPS.

Por: Valéria de Oliveira


O ministro Orlando Silva (Esporte) não tem mais “a menor condição de continuar à frente da pasta, depois que o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, pediu a abertura de inquérito contra ele”, disse o presidente nacional do PPS, deputado Roberto Freire. A presidente Dilma Rousseff manteve o ministro ontem, quando sua demissão já era dada como certa, depois que o ex-presidente Lula interferiu no processo e instou Silva a resistir. Para Freire, a entrada de Lula em campo “é uma demonstração de que temos um governo de fato, que compactua com a corrupção, e subordina a seus desígnios o governo de direito, de uma passiva Dilma”.

O líder do PPS na Câmara, Rubens Bueno, afirmou que a decisão da presidente de manter o ministro “derrubou a máscara do governo”. Dilma Rousseff, disse ele, passou “da faxina à incúria”. O gesto mostrou, ainda, que a base aliada tem tratamento de primeira, segunda e terceira categorias. Ele se referia ao destino dos ministros do PR, Alfredo Nascimento, do PMDB, Wagner Rossi e do PP, Pedro Novaes. Todos foram demitidos após denúncias de corrupção.

Para Bueno, o loteamento do governo é a base dos problemas do governo. “A presidente privilegia o loteamento em detrimento da competência, coloca em postos importantes pessoas sem competência para gestão da coisa pública; ela prefere a barganha à competência”, ressaltou.

Organização criminosa

Freire salientou que as ilegalidades no Ministério do Esporte são muito graves. “Não é uma coisa pessoal, só do ministro, mas segundo o procurador-geral, trata-se de uma organização quase criminosa envolvendo o ministério”. Para o deputado, ao se analisar os casos que apareceram depois da Operação Shaolin, realizada pela Polícia Civil de Brasília, ainda quando o governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz, era o ministro, verifica-se agora que o esquema que se repetia nos estados.

“Agora vemos pipocar por todo o Brasil esquemas semelhantes ao que deu origem a todo esse processo, que foi o de Brasília”, lembra o parlamentar.

Ao comentar a notícia de que a mulher do ministro, Anna Cristina Lemos Petta, recebeu dinheiro público por meio de contrato assinado com uma ONG comandada por filiados ao PCdoB, Freire foi taxativo: “Não tem jeito mesmo”.  Por um contrato com a ONG Via BR, a empresa familiar do ministro recebeu R$ 278,9 milhões para prestar serviços em documentário sobre a Comissão da Anistia.

Prática antiga

A prática do ministério nos convênios era de atender ONGs ligadas ao PCdoB, partido de Orlando e ao qual Agnelo também era filiado quando ministro. Elas conseguiam liberação de recursos para os programas do ministério e depois repassavam parte do dinheiro ao partido. O esquema foi denunciado pelo soldado João Dias e pelo motorista Célio Soares Pereira à revista Veja.

O principal programa do ministério, o Segundo Tempo, foi transformado, segundo denúncia do jornal O Estado de São Paulo, publicada em fevereiro, em instrumento financeiro do PCdoB. Somente em 2010 o ministério destinou R$ 30 milhões ao programa.  O dinheiro foi repassado às ONGs ligadas ao PCdoB.

Entretanto, a execução era precária. Ele deveria levar esporte a crianças carentes. Mas o Segundo Tempo atendia poucas crianças, usava equipamentos esportivos de qualidade ruim e servia lanchinhos em vez de refeições. A maior parte do dinheiro era repassada ao PCdoB

Jornal Folha de São PauloDiz: Pastor diz que PCdoB pediu 10%

Foto:
Folha: Pastor diz que PCdoB pediu 10%


Pastor afirma que Esporte cobrou 10% para PC do B

Fundador de igreja que recebeu R$ 1,2 milhão diz ter se negado a pagar propina

Nova testemunha diz ter sido procurada por emissários do ministro do Esporte para repassar dinheiro para o partido

ANDREZA MATAIS
FILIPE COUTINHO
DE BRASÍLIA

O fundador de uma igreja que recebeu R$ 1,2 milhão do Ministério do Esporte diz que foi pressionado a repassar 10% do dinheiro para os cofres do PC do B, o partido que controla o ministério.
"Veio um monte de urubu comer o filezinho do projeto", disse à Folha o pastor evangélico David Castro, 56, que dirige a Igreja Batista Gera Vida, de Brasília. Ele diz que se recusou a pagar a propina.

É a segunda pessoa que vem a público nesta semana acusar o Ministério do Esporte de desviar para o PC do B dinheiro destinado a convênios com organizações não governamentais.

O policial João Dias Ferreira, dono de duas ONGs que tiveram convênios com o ministério, disse à revista "Veja" que o próprio ministro Orlando Silva recebeu propina na garagem do ministério. Orlando nega a acusação.

O ministério fechou convênio com a Igreja Batista Gera Vida no fim de 2006 para desenvolver atividades esportivas para 5.000 crianças carentes, dentro do programa Segundo Tempo.

O projeto foi apresentado ao ministério pelo pastor Castro no início de 2006, quando o ministro era o atual governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz, hoje no PT.

Quando o convênio com a instituição foi assinado, em 14 de novembro de 2006, Orlando Silva já era o ministro.
O dinheiro foi liberado em duas parcelas: a primeira seis dias depois da assinatura do convênio e a segunda em 2 de abril de 2007.

Funcionário aposentado do Banco Central, o pastor se recusou a dar o nome das pessoas que teriam cobrado a propina, mas afirmou que uma delas era um funcionário do ministério.

Ele afirmou que, após a liberação da primeira parcela do dinheiro, no final de 2006, foi procurado por duas pessoas que diziam falar em nome do PC do B e Agnelo.

"Usavam o nome do ministro. Diziam: "É para suporte político do ministro"."

Filiado ao PP, Castro afirmou que sofreu retaliação por não ter pago a propina exigida. "Na hora da prestação de contas [do convênio], houve dificuldade porque evidentemente não houve propina."

O Ministério Público Federal acusa a igreja de ter cometido irregularidades numa licitação aberta para compra de merenda e cobra a devolução do dinheiro do convênio. Foi só depois disso que o ministério decidiu reprovar as contas da entidade. "Era uma forma de eles tirarem o corpo fora", disse o pastor.

Antes dessa manifestação do Ministério Público, a pasta chegou a mandar uma carta para a igreja oferecendo a renovação do contrato.

PPS vai convidar pastor para depor na Câmara


Por: Valéria de Oliveira

O PPS vai convidar o pastor David Castro, fundador da Igreja Batista Gera Vida, de Brasília, para depor na Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara dos Deputados, junto com o policial João Dias Ferreira, que acusou o ministro do Esporte, Orlando Silva, de cobrar porcentagem sobre os convênios do ministério para o seu partido, o PCdoB.

“Vamos aproveitar a oitiva do soldado para averiguar mais esse caso de denúncia envolvendo corrupção nos convênios do ministério”, anunciou o líder Rubens Bueno (PR), ao comentar reportagem do jornal Folha de São Paulo deste sábado, na qual o pastor relata cobrança de 10% sobre um convênio com a igreja por parte de pessoas que falavam em nome do ministro.

“Fica cada vez mais claro que se trata de um esquema que atinge muitos convênios, não apenas de alguns; é um aparelhamento do ministério em proveito de um partido que a gente não pode ignorar porque, somente em uma semana, dois denunciantes apareceram com casos semelhantes na imprensa”, disse Bueno, referindo-se ao policial e ao pastor.

O pastor afirmou ter se recusado a pagar a propina. A igreja fundada por ele recebeu do ministério R$ 1,2 milhão do Programa Segundo Tempo, recursos destinados a atividades esportivas para crianças carentes. Quando o dinheiro foi liberado, afirmou David Castro,  “um monte de urubu”, segundo suas palavras, apareceram para pedir o repasse dos 10%.

O projeto do convênio foi apresentado no início de 2006, quando era ministro o atual governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz, que na época pertencia aos quadros do PCdoB e atualmente é do PT. Na assinatura do convênio, em 14 de abril de 2006, e nas liberações dos recursos, o ministro era Orlando Silva.

A primeira parcela foi liberada seis dias após a assinatura do contrato e a segunda, em abril de 2007. O pastor é funcionário aposentado do Banco Central e não quis informar ao jornal os nomes das pessoas que cobraram a propina. Afirmou, entretanto, que uma delas era funcionária do ministério.

Quando David Castro apresentou o projeto ao ministério, disse o duas pessoas o procuraram e disseram que a propina era necessária para “suporte político do ministro”.


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