Foto: Tuca Pinheiro
Para os deputados do PPS, Dilma passou "da faxina à incúria"
Fonte: Site do PPS.
Por: Valéria de Oliveira
Por: Valéria de Oliveira
Para os deputados do PPS, Dilma passou "da faxina à incúria"
Por: Valéria de Oliveira
O ministro Orlando Silva (Esporte) não tem mais “a menor
condição de continuar à frente da pasta, depois que o procurador-geral
da República, Roberto Gurgel, pediu a abertura de inquérito contra ele”,
disse o presidente nacional do PPS, deputado Roberto Freire. A
presidente Dilma Rousseff manteve o ministro ontem, quando sua demissão
já era dada como certa, depois que o ex-presidente Lula interferiu no
processo e instou Silva a resistir. Para Freire, a entrada de Lula em
campo “é uma demonstração de que temos um governo de fato, que compactua
com a corrupção, e subordina a seus desígnios o governo de direito, de
uma passiva Dilma”.
O líder do PPS na Câmara, Rubens Bueno, afirmou que a decisão da
presidente de manter o ministro “derrubou a máscara do governo”. Dilma
Rousseff, disse ele, passou “da faxina à incúria”. O gesto mostrou,
ainda, que a base aliada tem tratamento de primeira, segunda e terceira
categorias. Ele se referia ao destino dos ministros do PR, Alfredo
Nascimento, do PMDB, Wagner Rossi e do PP, Pedro Novaes. Todos foram
demitidos após denúncias de corrupção.
Para Bueno, o loteamento do governo é a base dos problemas do
governo. “A presidente privilegia o loteamento em detrimento da
competência, coloca em postos importantes pessoas sem competência para
gestão da coisa pública; ela prefere a barganha à competência”,
ressaltou.
Organização criminosa
Freire salientou que as ilegalidades no Ministério do Esporte são
muito graves. “Não é uma coisa pessoal, só do ministro, mas segundo o
procurador-geral, trata-se de uma organização quase criminosa envolvendo
o ministério”. Para o deputado, ao se analisar os casos que apareceram
depois da Operação Shaolin, realizada pela Polícia Civil de Brasília,
ainda quando o governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz, era o
ministro, verifica-se agora que o esquema que se repetia nos estados.
“Agora vemos pipocar por todo o Brasil esquemas semelhantes ao que
deu origem a todo esse processo, que foi o de Brasília”, lembra o
parlamentar.
Ao comentar a notícia de que a mulher do ministro, Anna Cristina
Lemos Petta, recebeu dinheiro público por meio de contrato assinado com
uma ONG comandada por filiados ao PCdoB, Freire foi taxativo: “Não tem
jeito mesmo”. Por um contrato com a ONG Via BR, a empresa familiar do
ministro recebeu R$ 278,9 milhões para prestar serviços em documentário
sobre a Comissão da Anistia.
Prática antiga
A prática do ministério nos convênios era de atender ONGs ligadas ao
PCdoB, partido de Orlando e ao qual Agnelo também era filiado quando
ministro. Elas conseguiam liberação de recursos para os programas do
ministério e depois repassavam parte do dinheiro ao partido. O esquema
foi denunciado pelo soldado João Dias e pelo motorista Célio Soares
Pereira à revista Veja.
O principal programa do ministério, o Segundo Tempo, foi
transformado, segundo denúncia do jornal O Estado de São Paulo,
publicada em fevereiro, em instrumento financeiro do PCdoB. Somente em
2010 o ministério destinou R$ 30 milhões ao programa. O dinheiro foi
repassado às ONGs ligadas ao PCdoB.
Entretanto, a execução era precária. Ele deveria levar esporte a
crianças carentes. Mas o Segundo Tempo atendia poucas crianças, usava
equipamentos esportivos de qualidade ruim e servia lanchinhos em vez de
refeições. A maior parte do dinheiro era repassada ao PCdoB
Jornal Folha de São PauloDiz: Pastor diz que PCdoB pediu 10%
Foto:
Pastor afirma que Esporte cobrou 10% para PC do B
Fundador de igreja que recebeu R$ 1,2 milhão diz ter se negado a pagar propina
Nova testemunha diz ter sido procurada por emissários do ministro do Esporte para repassar dinheiro para o partido
ANDREZA MATAIS
FILIPE COUTINHO
DE BRASÍLIA
O fundador de uma igreja que recebeu R$ 1,2 milhão do Ministério do Esporte diz que foi pressionado a repassar 10% do dinheiro para os cofres do PC do B, o partido que controla o ministério.
Fundador de igreja que recebeu R$ 1,2 milhão diz ter se negado a pagar propina
Nova testemunha diz ter sido procurada por emissários do ministro do Esporte para repassar dinheiro para o partido
ANDREZA MATAIS
FILIPE COUTINHO
DE BRASÍLIA
O fundador de uma igreja que recebeu R$ 1,2 milhão do Ministério do Esporte diz que foi pressionado a repassar 10% do dinheiro para os cofres do PC do B, o partido que controla o ministério.
"Veio um monte de urubu comer o filezinho do projeto", disse à Folha o
pastor evangélico David Castro, 56, que dirige a Igreja Batista Gera
Vida, de Brasília. Ele diz que se recusou a pagar a propina.
É a segunda pessoa que vem a público nesta semana acusar o Ministério
do Esporte de desviar para o PC do B dinheiro destinado a convênios com
organizações não governamentais.
O policial João Dias Ferreira, dono de duas ONGs que tiveram
convênios com o ministério, disse à revista "Veja" que o próprio
ministro Orlando Silva recebeu propina na garagem do ministério. Orlando
nega a acusação.
O ministério fechou convênio com a Igreja Batista Gera Vida no fim de
2006 para desenvolver atividades esportivas para 5.000 crianças
carentes, dentro do programa Segundo Tempo.
O projeto foi apresentado ao ministério pelo pastor Castro no início
de 2006, quando o ministro era o atual governador do Distrito Federal,
Agnelo Queiroz, hoje no PT.
Quando o convênio com a instituição foi assinado, em 14 de novembro de 2006, Orlando Silva já era o ministro.
O dinheiro foi liberado em duas parcelas: a primeira seis dias depois da assinatura do convênio e a segunda em 2 de abril de 2007.
O dinheiro foi liberado em duas parcelas: a primeira seis dias depois da assinatura do convênio e a segunda em 2 de abril de 2007.
Funcionário aposentado do Banco Central, o pastor se recusou a dar o
nome das pessoas que teriam cobrado a propina, mas afirmou que uma delas
era um funcionário do ministério.
Ele afirmou que, após a liberação da primeira parcela do dinheiro, no
final de 2006, foi procurado por duas pessoas que diziam falar em nome
do PC do B e Agnelo.
"Usavam o nome do ministro. Diziam: "É para suporte político do ministro"."
Filiado ao PP, Castro afirmou que sofreu retaliação por não ter pago a
propina exigida. "Na hora da prestação de contas [do convênio], houve
dificuldade porque evidentemente não houve propina."
O Ministério Público Federal acusa a igreja de ter cometido
irregularidades numa licitação aberta para compra de merenda e cobra a
devolução do dinheiro do convênio. Foi só depois disso que o ministério
decidiu reprovar as contas da entidade. "Era uma forma de eles tirarem o
corpo fora", disse o pastor.
Antes dessa manifestação do Ministério Público, a pasta chegou a
mandar uma carta para a igreja oferecendo a renovação do contrato.
PPS vai convidar pastor para depor na Câmara
Por: Valéria de Oliveira
O PPS vai convidar o pastor David Castro, fundador da Igreja
Batista Gera Vida, de Brasília, para depor na Comissão de Fiscalização
Financeira e Controle da Câmara dos Deputados, junto com o policial João
Dias Ferreira, que acusou o ministro do Esporte, Orlando Silva, de
cobrar porcentagem sobre os convênios do ministério para o seu partido, o
PCdoB.
“Vamos aproveitar a oitiva do soldado para averiguar mais esse caso de denúncia envolvendo corrupção nos convênios do ministério”, anunciou o líder Rubens Bueno (PR), ao comentar reportagem do jornal Folha de São Paulo deste sábado, na qual o pastor relata cobrança de 10% sobre um convênio com a igreja por parte de pessoas que falavam em nome do ministro.
“Fica cada vez mais claro que se trata de um esquema que atinge muitos convênios, não apenas de alguns; é um aparelhamento do ministério em proveito de um partido que a gente não pode ignorar porque, somente em uma semana, dois denunciantes apareceram com casos semelhantes na imprensa”, disse Bueno, referindo-se ao policial e ao pastor.
O pastor afirmou ter se recusado a pagar a propina. A igreja fundada por ele recebeu do ministério R$ 1,2 milhão do Programa Segundo Tempo, recursos destinados a atividades esportivas para crianças carentes. Quando o dinheiro foi liberado, afirmou David Castro, “um monte de urubu”, segundo suas palavras, apareceram para pedir o repasse dos 10%.
O projeto do convênio foi apresentado no início de 2006, quando era ministro o atual governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz, que na época pertencia aos quadros do PCdoB e atualmente é do PT. Na assinatura do convênio, em 14 de abril de 2006, e nas liberações dos recursos, o ministro era Orlando Silva.
A primeira parcela foi liberada seis dias após a assinatura do contrato e a segunda, em abril de 2007. O pastor é funcionário aposentado do Banco Central e não quis informar ao jornal os nomes das pessoas que cobraram a propina. Afirmou, entretanto, que uma delas era funcionária do ministério.
Quando David Castro apresentou o projeto ao ministério, disse o duas pessoas o procuraram e disseram que a propina era necessária para “suporte político do ministro”.
“Vamos aproveitar a oitiva do soldado para averiguar mais esse caso de denúncia envolvendo corrupção nos convênios do ministério”, anunciou o líder Rubens Bueno (PR), ao comentar reportagem do jornal Folha de São Paulo deste sábado, na qual o pastor relata cobrança de 10% sobre um convênio com a igreja por parte de pessoas que falavam em nome do ministro.
“Fica cada vez mais claro que se trata de um esquema que atinge muitos convênios, não apenas de alguns; é um aparelhamento do ministério em proveito de um partido que a gente não pode ignorar porque, somente em uma semana, dois denunciantes apareceram com casos semelhantes na imprensa”, disse Bueno, referindo-se ao policial e ao pastor.
O pastor afirmou ter se recusado a pagar a propina. A igreja fundada por ele recebeu do ministério R$ 1,2 milhão do Programa Segundo Tempo, recursos destinados a atividades esportivas para crianças carentes. Quando o dinheiro foi liberado, afirmou David Castro, “um monte de urubu”, segundo suas palavras, apareceram para pedir o repasse dos 10%.
O projeto do convênio foi apresentado no início de 2006, quando era ministro o atual governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz, que na época pertencia aos quadros do PCdoB e atualmente é do PT. Na assinatura do convênio, em 14 de abril de 2006, e nas liberações dos recursos, o ministro era Orlando Silva.
A primeira parcela foi liberada seis dias após a assinatura do contrato e a segunda, em abril de 2007. O pastor é funcionário aposentado do Banco Central e não quis informar ao jornal os nomes das pessoas que cobraram a propina. Afirmou, entretanto, que uma delas era funcionária do ministério.
Quando David Castro apresentou o projeto ao ministério, disse o duas pessoas o procuraram e disseram que a propina era necessária para “suporte político do ministro”.